Na linguagem corrente há propensão para metaplasmos como: aférese, apócope (ensurdecimento), prótese, epêntese, despalatização, assimilação, dissimulação e hipértese dentre outros, como o suarabácti, usados com menos frequência.
O processo de alterações fonéticas, geralmente se dá por economia linguística, ou lei do menor esforço ou ainda por pronunciação diferenciada (objeto de estudo da prosódia) que caracteriza a linguagem popular.
Quanto ao aspecto literário, pode-se dizer que os metaplasmos ocorrem para retratar a fala ou condição sociocultural do personagem (variação sociocultural) ou para causar um efeito especial, um estranhamento (efeito estilístico) com o objetivo de prender a atenção do leitor ou de levá-lo a ver e analisar determinado contexto linguístico ou situacional ou ainda para chamar atenção para aquilo que o autor quer enfatizar provocando, no leitor, um estranhamento, pois a marca do metaplasmo, geralmente, quebra a ordem esperada da frase, verso ou texto.
Bicicleta > bicicreta = rotacismo
Subir > assubir = hipértese
Menino > minino = assimilação
Mortadela > mortandela = nasalação
Garfo > Gaufo = vocalização
Vamos > vamo = apócope
Florar > afulorar = prótese/ suarabácti
Em + boa + hora > embora = sinalefa
Senhor > Siô = despalatização
Pobre > pobe = síncope
Perguntar > preguntar = metátese
Pudico > pudico = sístole
Salsicha > salchicha = palatização
Vovó > vó = aférese
Sinhô cantado chegante
Me adisculpa o tratamento
Nessa hora, nesse instante
Mermo aqui nesse momento
Tá um cantô insignificante
Sem fama sem atrivimento
Qui não é muito falante.
Elomar F. Melo
Agora pensando
Ele segue outra tria – despalatização
Chamando a famia – despalatização
Cumeça a dizê – apócope
Eu vendo o meu burro
Meu jegue, o cavalo
Nois vamo a São Paulo – ditongação e apócope
Vivê ou morrê. – apócope
(Luiz Gonzaga)
Carmem Sueli
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